Receber o diagnóstico de câncer é uma experiência de grande impacto no paciente e nos seus familiares, esse momento causa sofrimentos, gera desordem, comprometendo o estado emocional do paciente e da família, colocando todos em condição de fragilidade.
Vivenciar o processo da doença pode significar privação da sociabilidade cotidiana, segregação, interrupção do curso normal da vida para o paciente e sua família.
Os familiares muitas vezes atravessam essa situação de forma solitária e de forma silenciosa, o que pode ocasionar estresse, adoecimentos e rompimentos dos vínculos familiares.
O estresse e o adoecimento estão relacionados à natureza da doença e a sua imprevisibilidade, fatores que podem desencadear reações de angustia, culpa ou ansiedade, a família como o paciente atravessam fases no adoecimento que vão da negação a aceitação.
Conhecer os sentimentos, identificar as emoções e como a família reagem a esse diagnóstico do câncer e como lidam com o tratamento, podem contribuir para um melhor acolhimento e intervenção para uma superação do impacto inicial, dando assim suporte na perspectiva de uma assistência integral ao paciente na sua dor total.
É necessário um olhar ampliado dos profissionais de saúde, para a família e para as estratégias de enfrentamento utilizadas por eles, e assim compreender como estes familiares se ajustam a essa situação.
A equipe que atua junto à pacientes oncológicos devem estar atentos para acolher a família, amparando o sofrimento gerado pelo adoecimento e durante o tratamento, dando assim suporte amplo e contínuo, e apoio psicológico, para que estes consigam ressignificar medos, mágoas e culpas, encontrem significado para a dor psíquica, resgatem recursos internos e desenvolvam estratégias para vivenciar todos o sofrimento com aceitação e serenidade, e assim fortalecendo os vínculos entre paciente x família x equipe.
“É preciso que vejamos além da patologia, além do corpo com o câncer, precisamos acessar e CUIDAR do todo.” Valle
Por: Fernanda Tesla
Psicologa
CRP 11/11345